Precisamos desconectar

Precisamos desconectar



Um estudo recente da Universidade
Estadual de São Francisco, na Califórnia (EUA), apontou que interagimos, em
média, 2.617 vezes por dia com nossos smartphones. Isso quer dizer que gastamos,
diariamente, em torno de 2 horas e 25 minutos tocando, rolando, pressionando e
utilizando nossos celulares.

 

A dependência de alguns em relação ao
celular é tão grande, que a distância pode gerar a sensação de nomofobia (pavor
de estar longe do aparelho), além do vício que já preocupa médicos e
psicólogos, pois, para alguns especialistas, existe uma ligação direta entre
dependência tecnológica e depressão.

 

É curiosa a mudança das relações humanas
com o avanço da tecnologia, pois, antigamente, o momento de distração era quando
se chegava em casa, ligava-se o computador e interagia com seus amigos.

 

Hoje, vivemos conectados e interagindo a
todo instante, e o tão desejado lazer, ironicamente, é o período em que nos
afastamos do celular e do computador (por opção ou porque estamos em um local
sem sinal de telefonia móvel).

 

Esta grande mudança gerou necessidades
estranhas e absurdas, como a de sempre estar com a bateria carregada de seu
smartphone. A falta de carga gera um desesperado incontrolável, pois o
sentimento é de “banimento social” e de isolamento absoluto.

Portanto, hoje, testemunhamos a
necessidade de se ter este “elemento essencial à vida”, que denominamos
bateria, tornando-nos reféns das tomadas, das baterias externas e dos cabos de
conexão.

 

Por outro lado, a cooperação na busca
pela conexão é cada vez mais comum: como no compartilhamento da senha do wifi,
da rede 4G, além do revezamento das tomadas que utilizamos para alimentar nossos
celulares, nos fundos do salão.

 

Por fim, registramos a ânsia por uma
ilusória realidade, que se resume nas fotos que postamos em nossas redes
sociais, mesmo que, para isto, estejamos debaixo de chuva, utilizando um sinal
de wifi grátis ou disputando uma tomada precária, sentados no chão. Precisamos urgentemente
nos desconectar!

 

*Dr.
Luiz Augusto Filizzola D’Urso
, Advogado Criminalista, especialista em
Cibercrimes, Coordenador e Professor do Curso de Direito Digital e Cibercrimes
da FMU, Presidente da Comissão Nacional de Estudos dos Cibercrimes da
Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (ABRACRIM), Pós-Graduado pela
Universidade de Castilla-La Mancha (Espanha) e pela Faculdade de Direito de
Coimbra (Portugal).

 



































 



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Associação dos Delegados da Polícia Federal

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